Nem teu pudor quero,
D'asas tortas,
Nem quero o rubor,
Das manhãs soltas,
Em insónias,
De voltas e voltas,
Envoltas de laranjais,
É e são sempre Sírios,
Devotos que quero roçando de leve a minha pele,
E os alívios que perseguem,
Os alvores ficticios de minhas derrotas,
Em batalhas devolutas e fícticias,
Não ,nem seu pudor quero,
Quero teu furor numa simples nota,
E no rubor roubado das manhas,
E manhãs minhas roubadas,
Às tua portas,
Não , nem seu pudor quero ,
Quero teu mexe/mexe na lota,
E no peixe e que me deixe,
Criar e não desleixe,
O meu feixe roubado,
De palavras , ao Fenício,
Que naufragou nesta costa ,
Em fim de rota marítima.
Escreve-me de pudor carregado,
Nem que seja do Inferno
Quero o teu rubor encarnado.
Jorge Santos