Quão diferente de humano é ser gente

"Moro em minha própria casa
Não imito niguém
Rio-me de todos em mestres
Que nunca se riram de si"


Quão diferente de humano é ser gente

 que sei d'amar-te
é de tal-modo insensato
e incoerente que de facto
não sei se é falso ou fraude
o repto que deixo ou ouço
ou se o resto que m'arrasta dest'alma
 até marte e pr'alem, amar-te pra outra dimensão ,
não esta e não minha, se é fala só
e se não é meu o falso rasto
que fica nesta farsa
neste aparte nesta frase
nem sei se de facto a possa considerar rasto,
 eu só sei que sinto  parte dest'alma que s'evade da minha fraude, neste mundo em falso.
se deixei correr a minha mão dest'modo sei que foi um anjo que me guiou,anjo insensato
anjo humano, quão diferente de gente

Jorge santos

Deuses Mortos


São assim ocos, rudes, os meus versos,todos eles
com eles eu quis homenagear os céu vivos,lindos,
com eles eu quiz fazer um pacto com zeus e outros
foi no vento torto do Monte Olimpo
usei Rimas perdidas, vendavais dispersos,
tudo serviu de manifesto
posto em versos impios e incertos
Com que eu iludo os outros, com que minto!com que peco
são assim, ocos e rudes os meus versos
tão secos que nem vento do suão
tão sós que nem sinto a voz
pra falar com Deuses mortos
da paixão que não sinto nos meus pobres versos...

(J.S.)

Postais


falho tantos planos
que os meus enganos
se tornaram editais
e são meros postais 
distribuídos pelos correios
todos os fins d'ano de todos os anos
(pra evitar q'outros cometam os mesmos)

Gosto dos Silêncios Muitos,coisas... poucas

Gosto das coisas poucas e dos silêncios muitos,
habito os cimos
dos cumes das minhas vivências, são poucos
e intimos
os momentos em que peço devolvidos os sonhos
depois imito-os 
e muitos dos silêncios devolvo-os aos pinheiros
de neve com  píncaros brancos
ou aos caminhos (aos que chegarem primeiros)
e terrenos de névoa envoltos
e ao meu coração pra sempre solteiro de sentidos
vindos de longe muito... muito longe
e prenhe de multidões de barulhentos sonhos ,nem todos meus,
mas d'outros mundos 
d'outros monges cavaleiros ...caminhando ,caminhando,caminhando...



Jorge Santos

Desiderata

Desiderata poem de Max Ehrmann

Go placidly amid the noise and haste,
and remember what peace there may be in silence.

As far as possible without surrender
be on good terms with all persons.
Speak your truth quietly and clearly;
and listen to others,
even the dull and the ignorant;
they too have their story.
Avoid loud and aggressive persons,
they are vexatious to the spirit.

If you compare yourself with others,
you may become vain and bitter;
for always there will be greater and lesser persons than yourself.

Enjoy your achievements as well as your plans.
Keep interested in your own career, however humble;
it is a real possession in the changing fortunes of time.
Exercise caution in your business affairs;
for the world is full of trickery.
But let this not blind you to what virtue there is;
many persons strive for high ideals;
and everywhere life is full of heroism.

Be yourself.
Especially, do not feign affection.
Neither be cynical about love;
for in the face of all aridity and disenchantment
it is as perennial as the grass.






Take kindly the counsel of the years,
gracefully surrendering the things of youth.
Nurture strength of spirit to shield you in sudden misfortune.
But do not distress yourself with dark imaginings.

Many fears are born of fatigue and loneliness.

Beyond a wholesome discipline,
be gentle with yourself.
You are a child of the universe,
no less than the trees and the stars;
you have a right to be here.
And whether or not it is clear to you,
no doubt the universe is unfolding as it should.

Therefore be at peace with God,
whatever you conceive Him to be,
and whatever your labors and aspirations,
in the noisy confusion of life keep peace with your soul.

With all its sham, drudgery, and broken dreams,
it is still a beautiful world.
Be cheerful.
Strive to be happy.

não mudo

Tenho em mim todos os sonhos do mundo mas não me sonho de sobretudo e mudo num canto qualquer escuso da escada e do mundo e,no fundo ...não mudo,não mudo...

O fim dos tempos



Fazem-me falta as palavras
Que não entendo,
Para escrever cartas
Sem remetente,
Faz-me falta a inacção,
Para não me encontrar em cada esquina,
De rua e quarteirão
E não ter de falar,
Da saudade que dizem sempre vem
Ou da chuva que não cai porque se esqueceu,
Faz-me falta o abismo
Estremo.

Joel-Matos (12/2010)
http://namastibetpoems.blogspot.com