Os pássaros do precipício,
Cantam de cabeça pra baixo,
Também por fora deste
edifício,
O meu coração perplexo,
Olha o chão do bairro, p’lo
alto,
E vê pouso fixo,
Na certeza do extremo salto,
Encontrar um eixo,
Que lhe voe a alma, mas a
sério.
Aprendeu com as aves
Do abismo, o vício
Da vertigem e dos ares,
Porquanto houver,
Um mastro ou parapeito,
Numa janela qualquer,
E no peito,
Um coração determinado,
Pra saltar,
Não estará o sonho, acabado
Em terra firme, ou no ar.
O que fiz pra que acabasse,
Essa espera do voo extremo!?…
fiz
Simplesmente, o céu abater-se,
Cá em baixo, sobre mim...
Jorge Santos (02/2013)