Do torso e de meu poleiro sou manhoso e
De nuvens feito, sou traiçoeiro,
Infame até ao peitilho,
Nem de conto sou,(valho quanto valho)
E, do velho herege e falcoeiro nem vê-lo
Invejo ninfas ,e vejo pombos ,sou d'tombos,
Mas inspiram-me e pronto,todas e todos,
Mesmo os mortos,
No inferno deste tempo longo
Vejo um braseiro plano e um piano
O travesseiro , bolero bolano,
Não tem ,de pranto ,igual
Por ond'ando vulgo eu,
E dano o mote forte,
Em noite mundana.
Minha pena rasgada de meu flanco
Na carreira curta , em de fim-de-ano ,
A minha' pena,è ser termo
Ficarei por aí sem poema
Se m'apagarem a vela
E se m'desenterram em noite inverna
De lua-cheia.
Nas vastas terras de rua
Em que declaro serem musas todas ,todas
As que minh'alma crua persegue
Sendo , são todas , todas minhas
Sendo tantas são poucas sempre ,
São minhas manas,minhas manhas
E sendo são belas ,(elas ,as blusas)
Porque sao ventos sao tempestades
As cavalgadas por onde me insurjo e fujo
Do meu ego se me persistem e perseguem nos trotes
Seja em brisa ou cavalos de vento
Ou voos de aves rasantes
Mas é alma minha sempre e não a vendo
Nem que me paguem nem que o garrote m'esmague
O farol o saleiro e os dedos por inteiro.
Jorge Santos