As raízes do abeto/ saíam-me do peito aberto /de par-em-par e pela porta devagar,/pelas janelas do sétimo selo e pelo sótão ,pelo cabelo/ e que posso eu fazer se resistir/ ou me deixar levar pelo abeto/ se aberto no vento e crescendo dentro de minha boca tua,/de minha pele crua /de tua também /decreto um,sim ,um veto ,ao salgueiro e ao resto salgado/ no lado onde o espectáculo ainda é incerto/ mas já as raizes esburacam as veias e transferem o sangue nelas fresco /no tronco do arvoredo florescendo nas folhas e outras existências lembro /,outros mundos outros nomes,/as raízes do abeto são fractais /e comunicam com outras dimensões,saem-me do peito /do teu ventre/do nosso futuro incerto/do fundo do tempo/
Jorge Santos