Tenho um xis que me trai o pensamento
E que me trás vedado por fora mas não por dentro
“O mais certo é o bezerro ser de ouro e exótica a alma”
Estranha ilusão assim... E que parodia sou"d’Esopo"
Que dói até a quem me dou, se me choro é porqu’sal
‘Inda se desprende d’est’alma e ignora que morro.
-Sou misto do que desejava mais ser e daquele
Meu corpo de fora, rodeando um tal’outro
Defunto, mais intrínseco, não (tão) real
Como a face que vi ao espelho (copia d’cripta sem brilho.)
-Nasceu de uma vontade curta e lateral
No olhar nervoso desta amanhã, sem aparente explicação
-Define como sendo charneca seca o meu domínio,
É ela que despovoo e depois lugar onde desembainho o coração
E é aí que me dou, no horto que me dói em vão.
No meu repto vem escrito bem explicito esse duro vazio
Declarado ao vento: - ainda pensei ser rei
Do leste, dos esquilos saltitando e dos sonhos que sonhei.
-Semeei-os nessa desvairada extensão
Entre o brilho do céu e os termos que permito
E dentro deste meu coração “caracol de ermita”,
(Como se de emoção em tomos e camadas fosse ele feito)
A frase do meu epitáfio será a ausência desta,
Ou a versão mínima de certo actor distinto
“Não ter opinião é existir. Ter todas as opiniões é ser poeta.”
Portanto não paro, não escuto e não escolho
E…se escrevo, não leio…
Joel Matos (10/2112)
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