(Ensaio sobre a mediocridade)
Sinto uma estranha mas calma melancolia,
Sei o que é ser abjeto
e objecto ignorado, do saber geral, e da opinião de um público
Ingénuo, genérico e
pouco culto, mas num mundo de pessoas maioritário criativas, seria insuportável
conviver-se e a mediocridade é a média e a medida certa e necessária para que
haja equilíbrio social, infelizmente como em todos os nichos da natureza desde
as formigas, as abelhas aos grandes mamíferos e florestas de vários continentes
tropicais e de carvalhos seculares existem doenças, pragas e parasitas, facínoras
sociais locais e globais e outros bem mais nefastos ou seja medíocres malignos,
maus,
Quando aparece um ser humano inspirado, mágico
Druida, ou génio bom todos os medíocres conspiram contra ele, pois este promove
a evolução da espécie, da humanidade ou do rebanho, alcateia etc, são os espíritos
iluminados, enquanto os outros, medíocres, quer chefes ou simples povo, estúpido,
asseguram a solidez social do conjunto, da tribo, do estado ou da nação, muito embora,
de entre estes medíocres, se destaquem outros e alguns bem mais perversos, que gerem
o tecido social e controlam de forma maligna e em auto proveito, os obedientes servos
ou escravos e outros ainda, uma quadrilha de medíocres regulamentados,
amedrontados são uns o povo,e amedrontadores outro, com obrigações e
regulamentos, que fazem escrupulosamente respeitar pelo estatuto de força que a
autoridade judicial lhe compete e a mando destes a fazem acatar, alguns mesmo sabendo
estarem errados mas pactuam em defesa da estéril paz social e do conforto previsível.
Os galardoados
com prémios nobéis da economia, da literatura e da Ciência, não se tornam
ministros nem chefes de estado, apesar da sua genialidade, mas talvez sejam contratados
como assalariados bem remunerados, gado de magnifico porte e garbo, nalguma
grande multinacional da finança ou num banco mundial porventura o F.M.I.
Não pensemos que existe uma conspiração
salientada contra nós pensadores, ela é inerente a nossa condição de animais
sociais, sem esta condição, seria anárquico o nosso sistema social, embora a imbecilidade
para onde a nossa sociedade vai caminhando seja categoricamente escolarizada
desde a infância, nas escolas públicas para que o número de população assalariada,
acessível e disponível por magos salários seja uma curva bastante ascendente e
também por via dos “média” que estupidificam uma população que se não quer culta,
é ingovernável, incontrolável até.
Imaginemos uma abelha com um novo conceito arquitetónico
e conceptual de colmeia, é natural que o enxame se revolte contra o novo
construtor até pela sobrevivência do clã, que poderia não resistir ao lar, o
mesmo se passaria se uma obreira quisesse ocupar o trono da rainha, missão
impossível, geraria uma revolução e o caos social.
Mas um grupo de abelhas inquietas e sábias
haveria de revolucionar, do sabor do mel, à consistência do favo e toda a
sociedade se transformaria dentro da colmeia se fosse praticável.
Uma qualidade intrínseca de um ser humano é
ultrapassar-se a si próprio, inovar e criar, não existiria desenvolvimento sem
a criatividade, nem nada de novo desde a idade da pedra.
O conformismo permite-nos viver razoavelmente alegres,
isso é assegurado pela população medíocre dum certo estereótipo de conformismo de
que fazem parte os nossos governos e gestores públicos medíocres, talvez
malignos, donde raramente surge a genialidade em prol da comunidade ou a
criatividade produtiva, criaram apenas uma complicada rede institucional que
permite a imbecis estandardizados, gerir com organização quem trabalha estupidamente,
apropriando-se da riqueza produzida e das mais-valias destes para o benefício
de alguns poucos.
Essa a razão de tantos medianos, aclamando estupidamente
outros tantos medíocres, uma espécie de justificação de um “Status-Quo” que não
pode falir, toda uma sociedade desmoronaria perante a opinião de um só talento
de um só homem, de um revolucionário, há casos disso na nossa história mas os
idiotas da nossa sociedade não podem permitir que se repitam mais episódios de
clareza social e humana.
Um mundo de pessoas criativas e talentosas seria
insuportável, mas um mundo em que a criatividade é negada a todos tornar-se-á
também a curto prazo, num detestável mundo de fatos cinzentos e colarinhos
brancos, num lamaçal horroroso sem opiniões nem opções onde eu não quero estar.
Jorge Santos (11/2014)